9 de junho de 2008

Neurônios friiiitos!!!!!!!!



Uma das vias mais conhecidas do Brasil a “Neurônios Fritos” 5 VII A3 250m, aberta em 1992 pelos Montanhistas Eliseu Frechou e o mítico Bito Meyer foi e ainda é uma via de respeito! Um teto em A3 seguida por uma cordada de VII bem exposta na qual o guia cai em cima do segue, eram as cordadas crux. Algumas proteções estariam em péssimo estado, poderia haver marimbondos no teto e é claro aquela sugeirinha típica de vias com poucas e esparsas repetições eram mais algumas dificuldades que poderíamos encontrar.
A equipe estava formada, eu e Roberto Sponchiado “Beto”, nenhum de nós havia escalado a via antes e a idéia de repeti-la nesta temporada surgiu durante a escalada da Crazy Muzzungos um mês antes. O clima estava perfeito sem frio e um pouco quente o suficiente para escalar de camiseta e não chovia há meses.
Sem muita preocupação conversamos com o Bruno “Cabeção” que já havia repetido a via duas vezes para saber dos “betas”. Um dia de descanso antes de entra na via, passeio com a namorada em Campos do Jordão, um chopinho de tarde e cama cedinho para encontrar com o Beto às 7h.
Uma espessa neblina cobria a manhã e escondia o céu azul, depois das diversas curvas para se chegar ao estacionamento do Bauzinho finalmente às 9h iniciamos a caminhada para a base. Beto iniciou as primeiras cordadas em um longo trepa mato um pouco mais difícil do que o Bruno havia descrito, tanto que fizemos encordados! Guiei a primeira cordada em rocha por uma aderência fácil que leva até a base da parede vertical, a segunda cordada segui por uma fenda a direita depois da ultima chapeleta que me levou a lugar nenhum! Desescalei até a chapeleta e segui pela esquerda em um lance aéreo muito bonito seguindo por agarras grandes até os blocos soltos que antecedem a parada abaixo do grande teto, linda cordada! O teto inicia com um rurp que esta na via e logo depois segue por peças sólidas em uma fenda grande e negativa, não consegui encontrar o furo de clif para cruzar para uma fissura e para não perder mais tempo segui pela fenda até o teto onde após mais peças sólidas, um píton, uma chapeleta e uma passada em clif bonita sai do teto e cheguei à parada. Era o óbvio da linha e a escalada mais natural e limpa a se fazer! Gostei muito da cordada mais foi mais fácil do que imaginei!
Depois de ouvir algumas reclamações do Beto, o teto não é digamos muito cômodo para limpar, ele guiou a enfiada seguinte. Cordada adrenante, com lances expostos e sujinhos e se cair vai para baixo da parada, fica pendurado no teto! O Beto mandou muito bem e seguimos para a próxima cordada com o sol se pondo e chegamos ao cume na ultima luz e sem lanternas! Aquele ritual habitual encerrou mais esta escalada que tive o prazer de dividir com o amigo Beto. Grandes paredes e grandes amigos, a melhor receita! Até a próxima!