12 de agosto de 2008
O que é uma Montanha?
9 de junho de 2008
Neurônios friiiitos!!!!!!!!

A equipe estava formada, eu e Roberto Sponchiado “Beto”, nenhum de nós havia escalado a via antes e a idéia de repeti-la nesta temporada surgiu durante a escalada da Crazy Muzzungos um mês antes. O clima estava perfeito sem frio e um pouco quente o suficiente para escalar de camiseta e não chovia há meses.
Sem muita preocupação conversamos com o Bruno “Cabeção” que já havia repetido a via duas vezes para saber dos “betas”. Um dia de descanso antes de entra na via, passeio com a namorada em Campos do Jordão, um chopinho de tarde e cama cedinho para encontrar com o Beto às 7h.
Uma espessa neblina cobria a manhã e escondia o céu azul, depois das diversas curvas para se chegar ao estacionamento do Bauzinho finalmente às 9h iniciamos a caminhada para a base. Beto iniciou as primeiras cordadas em um longo trepa mato um pouco mais difícil do que o Bruno havia descrito, tanto que fizemos encordados! Guiei a primeira cordada em rocha por uma aderência fácil que leva até a base da parede vertical, a segunda cordada segui por uma fenda a direita depois da ultima chapeleta que me levou a lugar nenhum! Desescalei até a chapeleta e segui pela esquerda em um lance aéreo muito bonito seguindo por agarras grandes até os blocos soltos que antecedem a parada abaixo do grande teto, linda cordada! O teto inicia com um rurp que esta na via e logo depois segue por peças sólidas em uma fenda grande e negativa, não consegui encontrar o furo de clif para cruzar para uma fissura e para não perder mais tempo segui pela fenda até o teto onde após mais peças sólidas, um píton, uma chapeleta e uma passada em clif bonita sai do teto e cheguei à parada. Era o óbvio da linha e a escalada mais natural e limpa a se fazer! Gostei muito da cordada mais foi mais fácil do que imaginei!
Depois de ouvir algumas reclamações do Beto, o teto não é digamos muito cômodo para limpar, ele guiou a enfiada seguinte. Cordada adrenante, com lances expostos e sujinhos e se cair vai para baixo da parada, fica pendurado no teto! O Beto mandou muito bem e seguimos para a próxima cordada com o sol se pondo e chegamos ao cume na ultima luz e sem lanternas! Aquele ritual habitual encerrou mais esta escalada que tive o prazer de dividir com o amigo Beto. Grandes paredes e grandes amigos, a melhor receita! Até a próxima!
23 de maio de 2008
Croquis do Morro de Rio Bonito - Rio dos Cedros SC

Escale sempre de capacete!! Risco de queda de pedras em algumas vias!
Abaixo detalhes sobre as vias:
1- Dark Side 7b E2/3. Daniel Fernandes, Fabiana T. Buhrer e Cristian Weber 2005.
Material= um jogo de camalot completo com algumas peças repetidas como 0.3,2,3. 15 costuras se escalada em uma cordada.
Rapel possível com corda de 50m pela nobody home 2 rapeis.
Bonito diedro com lance de 7b obrigatório pode ser escalada em uma ou duas cordada , paradas fixas. Uma das vias mais legais do setor!!
2- Subindo a serra 5sup E2. Marius Bagnatti, Daniel Fernandes 2005.
Material= Nuts e camalot 0.5,0.75,1,2,3,4,(5 opcional)
Rapel passando por traz da chaminé na parada da via Bruxa amarela .
Boa via para conhecer o setor , parada em móvel.
3- C3 Marius bagnatti 2005
Rapel pela parada da Nobody home com corda de 50m.
Artificial complexo sem proteções fixas.
4- Nobody Home C2+ 5. Daniel Fernandes e Rian Muller 2004.
Material= um jogo de camalots , tcu's, nuts, micro nuts repetidos , Rp's, 2 clifs talon , clif hanger, 15 costuras.
Rapel 2 com corda de 50m.
Artificial complexo com bonitas passadas de clif na segunda cordada. Paradas fixas.
5- Urubu Rei 7a E2. Daniel Fernandes.
Material= um jogo de camalot mais o 0.75,1,2 repetidos 11 costuras.
Rapel pela própria via com corda de 50m.
Via muito bonita e variada, com lances de agarra, fenda, diedro e oposição. Paradas fixas.
6- Gosto Amargo 7a E2. Daniel Fernandes, Leonardo Voelz , Christielsen Dias 2002.
Material= Nuts e um jogo de camalot até o 3, 12 costuras.
Rapel pela via com corda de 50m.
A mais classica , primeira via aberta no morro. Segue inteira por um lindo diedro fendado! É a via mais repetida do setor!
7- Corvo Branco 8 A1 E3. Marius bagnatti , Daniel Fernandes e Bito Myer 2004.
Material= dois jogos de camalot até o 3 mais um 4 e 5 , tcu's, 15 costuras.
Primeiro rapel até a parada da Gosto amargo, são dois rapeis e possível com corda de 50m.
Via com lance obrigatório de 8 a/b exposta e muito bonita. Primeira parada móvel segunda fixa.
8- Foda sem Ziper 6 sup A3. Rian Muller, Celso 2006.
Material= um jogo de camalots completo,nuts, tcu's, micro nuts 1,2 repetidos , pitons cassin, pecker, Rps, Rurp, cooper heads. 15 costuras mais mosquetões avulsos.
Rapel mesmo da corvo branco.
Artificial complexo em peças muito pequenas e colocações rasas.
9- Teykrise 6. Daniel Fernandes e Luciano Siqueira 2003.
Material= camalot's 0.5,0.75,2,3,4
Rapel pela via.
10- Verdon Forever 7b E2/3. Daniel Fernandes e Rian Muller 2007.
11- Bruxa Amarela 6 sup E3 A1 . Daniel Fernandes, Leonardo Voelz e Sirio Jader 2002.
Material= camalots 0.1,0.3,0.5,0.75,1,2,3 , nuts, estribos, corda de 60m e 12 costuras.
12- Ataque Ninja 6 E4. Daniel Fernandes e Rian Muller 2006.
Material= camalot's 0.5,0.75,1,2,3,4 , 6 costuras.
13- Poção Mágica 8a E2/3. Rian Muller e Luiz Andrade 2007.
Material= camalot's 0.3,0.5,0.75,1,2,3, nuts, 10 costuras.
19 de maio de 2008
Escalada da via Crazy Muzzungus no Garrafão

Ouvi mais detalhes desta via na temporada de 2004 quando estava em São Bento do Sapucaí-SP. Mas só fui repeti-la no inicio de Julho de 2007 quando estava na internet e li o e-mail do amigo de SP Bruno “Cabeção” para a lista do Hang On procurando o croqui da crazy, na hora enviei uma resposta perguntando se estavam precisando de mais um parceiro e dia 06/07 o Bruno me buscou na rodoviária, passamos em São Bento para buscar o Beto e partimos para Teresópolis. Depois de alojados no Albergue do Lord acertamos o transporte de ida e volta ao parque com a simpática Dona Ângela.
A aproximação começa pelo leito do rio Soberbo onde entramos dia 8 as 6 AM e iniciamos uma caminhada que poderia ser graduada pelos lances de boulder que não paravam de surgir, na maioria das vezes pedra molhada e musgo com as mochilas pesadas, eram de matar!! Em muitos lances não dava para cair, mas não faltaram quedas na água e no mato enroscado entre espinhos e cipós! Já no final do dia ficamos em duvida, pois tínhamos que encontrar um afluente à direita e uma “mega cachoeira” onde havia uma fita vermelha e uma corda fixa indicando sua subida pela direita, assim estava descrita no e-mail que a Kika tinha enviado ao Bruno, também encontramos um acampamento de caçador que foi descrito no e-mail e ai confundiu mais ainda!! Entramos em um vale errado e perdemos mais algumas horas! Resolvemos seguir mais pelo rio e acampar no melhor lugar possível. Pouco antes de anoitecer achei um totem de pedra em uma das passagens descritas no e-mail, estávamos no caminho certo!! As 12h do segundo dia chegamos no bivac próximo à base.
No primeiro dia de escalada subimos as três primeiras enfiadas em muitos furos de clif grandes e quebrados acabando num trepa mato bem pegajoso! O Cabeção guiou as duas primeiras, eu guiei a terceira eo Beto organizou o bivac e equipos que puxaríamos até a terceira base. Voltamos ao bivac nos alimentamos bem e dormimos cedo, pois as 2:30 da matina acordamos para iniciar o segundo dia de escalada.
Ainda totalmente escuro e com um céu incrivelmente estrelado esperava meus parceiros para guiar a quarta enfiada, eles se atrasaram um pouco com o haul bag enroscando em algumas coisas e às 7h estava guiando. As cordadas demoraram um pouco mais do que imaginamos e entre 5 + “forte” e A2 chegamos a P8 às 21h, com direito a “guiadinha” à noite que o Beto mandou muito bem. Ventava muito o céu estava bem estrelado e já tínhamos a incrível visão da Baia de Guanabara! Chegamos no platô que se revelou uma grande decepção por ser todo inclinado sem lugares bons para deitar, um lanche rápido e bora para os sacos de dormir, pois o vento estava pegando!!!
Guiei as duas cordadas depois do platô com o maior prazer, depois de três dias sem pegar sol foi muito bom esperar os parceiros pegando um sol! Essas enfiadas seguiam por fendas lindas e toda em livre!! Mais uma enfiada curta guiada pelo Beto e chagamos no ombro, uma caminhada cansativa neste grande platô até a base da P12. A neblina fechou completamente e já começava e chuviscar, caralho a ultima cordada sai em aderência! Encharcada seria impossível escalar! Bruno fixou duas cordadas depois do ombro e quando parou já estava tudo molhado. Descemos até o ombro onde comemos uma boa lentilha e tentamos dormir debaixo da chuva!
No sexto e ultimo dia o tempo ficou entre sol e nuvens, subimos os equipamentos até a P14 e como estava tudo molhado seguimos por uma canaleta de mato a direita que saiu em uma fenda com acesso fácil ao cume!! HUUUU finalmente, fotos, videozinho, beber uma aguinha das poças e se organizar para descer o dia estava só começando. Um rapel até o col entre o Garrafão e as encostas do sino, escalar na pedra molhada por um cabo de aço passar alguns buracos e chaminés e o mais difícil puxar o haul bag ! E quando eu pensei que ia aliviar uma caminhada nos costões que levam ao cume do Sino ao entardecer com neblina sabendo que estávamos entre paredes e vales gigantes a atenção foi total para não descer no local errado! Depois de subir o sino chegamos ao refugio 4 da trilha Tere-Petro onde se caminha mais 12km até a entrada do parque. Não tem moleza, esta ultima parte a galera caminhava no limite, “zumbi” caindo de sono! Chegamos a 1:30 da madrugada e a Dona Ângela foi nos resgatar na entrada do parque. Foi a escalada mais exigente fisicamente que já fiz! Alem de muita resistência é preciso experiência em orientação pois, não existem trilhas demarcadas e muita raça! Não é para playboy!
De bike pelo sul da Argentina e Chile
