Para um geógrafo, as montanhas são uma característica da superfície terrestre, tão dignas de estudo como as pradarias, os rios e as ilhas. Do ponto de vista biológico, os ecossistemas montanhosos são menos interresantes que os arrecifes de coral ou as selvas tropicais. Antropólogicamente acontece algo parecido, pois existem menos culturas provenientes das montanhas que de regiões de geografia mas benignas.
Linguisticamente, falta precisão sobre o que constitui uma montanha. A Real Academia Espanhola diz que é "uma grande elevação do terreno". Mas não define qual elevação é "grande". Existem serras, colinas, cerros, cordilheiras. Em que momento uma colina se converte em montanha, a serra em cordilheira?
As montanhas não deveriam ocupar tanto espaço no imaginário humano. É um ambiente que o homem tem evitado, seja por sua pobreza biológica como por suas condição hostis de terreno e clima. Durante séculos, as montanhas tem sido uma barreira, um lugar para esconder-se mas que um espaço à colonizar.
Sem embargo elas exercem uma poderosa fascinação sobre nós. Apesar de evitadas, são sempre avistadas. Apontam para o céu, são parte do cosmos. Os deuses gregos residiam no Monte Olimpo. O Fujiyama é um lugar de peregrinação para os japoneses e o Kaila para os budistas. Moises recebeu os mandamentos no monte Sinai e Jesus pronuncio o sermão da montanha.
As montanhas superam a relevância de que correspondem a apenas a manifestações topográficas. A imaginação do homem lhe deu uma transcendência muito maior...
( texto do livro "Cita en la cumbre" autor Sebastian Letemendia)
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