Petrópolis - Cidade das Montanhas

Imaginem uma cidade em que os bairros estão nos vales entre grandes monolitos, no horizonte muitas montanhas, do cume de algumas vc consegue ver a baía de Guanabara e as montanhas do Rio! Petrópolis literalmente uma cidade entre montanhas!

Maria Comprida, vista do Cantagalo, um dos maiores monolitos do Brasil!

Saímos de São João del Rey pela manhã e chegamos em Petrópolis as 15h. Logo que chegamos pedimos informações de como chegar ao bairro Castelanea e percebemos como o povo local é prestativo, sempre tinha alguém disposto a indicar o caminho! Fomos para casa da minha madrinha onde passaríamos 10 dias.

Apesar de ter nascido em Petrópolis minha família mudou-se para Curitiba quando eu tinha 2 anos, voltei outras vezes até os 13 anos e agora fiquei 20 anos sem voltar aqui. Ficamos super a vontade na casa da madrinha Beth que nos recebeu como filhos!

A primeira via que escalamos foi a Apumanke 7 VIIa (AO/7c)E2D3 na pedra do Cortiço com 7 enfiadas. Estava chovendo nos dias anteriores e neste dia a neblina estava bem forte! A via tem bonitas fendas é bem vertical apesar de algumas com matinho.

Quando chegamos de manhã para escalar paramos o carro em frente a um buteco e perguntamos se poderíamos deixar o carro ali. O cara que trabalhava ali disse que sim e logo que viu nossas mochilas perguntou: - Vcs vão escalar a Apumanke? Eu tbém escalo e participei da conquista!

Nossa só no rio para acontecer isso!!! O dono de buteco escala! Seu nome era Fábio e nos falou que a via era pouco repetida e a ultima repetição tinha sido a uns 2 anos por escaladores vascos.

Beto limpando a quarta cordada.

Na volta passamos no CEP -Clube Excursionista Petropolitano- para conhecer e pegar mais informações sobre as trilhas e escaladas. A cidade tem uma história muito antiga de clubes desde 1933 e foi o primeiro da américa latina! O atual foi fundado em 1958 e tem sede própria desde a década de 60!

Galera muito simpática, catálogos com fotos legais, uma biblioteca escondida mas que parecia muito interresante! Bem, informações sobre as vias não conseguimos porque ninguém que estava lá conhecia e sobre a trilha tbém não ajudou.

A esquerda o "Cabeça de Nego" vista no rapel da Pedra do Cortiço.

No dia seguinte fomos dar uma escalada mais leve na Pedra do Cabeça de Cachorro que já era caminho para a via do outro dia na Pedra da Mãe Dágua. No Cabeça de Cachorro tem algumas das vias esportivas mais difíceis do pais! Negativos e tetos muito bonitos, vias de 4 enfiadas, a mais difícil e pelo que lemos ainda projeto tem 3 enfiadas de décimo e uma de nono!! Nós entramos numa bemmm mais tranquila! Uma linda fenda no inicio e depois agarrinhas delicadas, CEP 5 V+E2 conquista do escalador André ilha, linda escalada, apesar de ter grampos na fenda, não entendi!?!

Tetos e negativos do Cabeça de cachorro.

Primeira cordada da CEP.

Pedra da Mãe D'água cerca de 500m de parede. A intenção era repetir a via Lagartão da Mãe D'água, segundo dizia no guia de Petrópolis a via era um clássico, bem protegida com lances bonitos em agarras. A trilha não era mole, o costão final era com samanbaias e bambus em piso bem irregular tipo um leito seco. Foi bem Cansativo. Levamos uma corda, fizemos a primeira cordada em móvel deixamos os camalots na paradas e seguimos pois agora era só grampos e chapas.

Nos demos mau o guia não estava bem certo, a via era um E3 "salineiro" as paradas eram em 1 "P" nem todos em bom estado, não era uma via de agarras e com uma corda não iria ser possivel rapelar por causa de uma transversal forte! Resultado voltamos na quinta cordada. Bonito pedrão vai ficar para outro ocasião quem sabe!

No dia de descanso escalamos somente uma via no morro da Formiga e no outro dia fomos para a Pedra Comprida no setor Ser. Este setor tem vias em fendas bem duras e lindas, além de alucinantes linhas esportivas em um granito de excelênte qualidade!

A Pedra Comprida fica em uma região muito bonita nos limites do Parna Serra dos Orgãos. O acesso ao setor principal é fácil. A primeira via que entramos foi a Hieróglifo VIII , uma fenda perfeita que começa fácil do meio até o final se intensifica muito!! Proteções bomba e entalamentos de meia mão e dedos no movimentos mais duros! Uma das vias de escalada esportiva em móvel mais dificies do brasil!

Hieróglifo VIII.

Beto, Roberto Sponchiado.

O próxima via do dia foi a incrível Vice-versa VIIc, também toda em móvel. Uma linha exótica em que duas fendas cortam um teto e saem paralelas em uma parede negativa! Os entalamentos de mão e punho são potência e na saída do teto é preciso jogar os pés para entalar na fenda ao lado, vc fica pendurado, pés soltos e entalamentos de mão!!! A escalada quase saiu a vista passei o teto mais cai no final!

A foto a direita mostra o entalamento de pé e perna, para virar o teto!

Depois desta escalada descansamos por dois dias e no organizamos para a ultima escalada na Pedra do Cantagalo , via O galo canto 7 VIIIa A1 E3 D4.

Pedra do Cantagalo com vias de 400 a 800 m.

A escalada segue pela parede da direita, bem vertical as vezes negativa, com boas fendas. Tínhamos passado de carro por ela ano passado mas tivemos que desistir por causo do mau tempo. Ocorreu um incêndio na mata da base que apesar de facilitar para caminhar por não haver aquelas samambaias nos sujou de cinzas.

A ideia era escalar e fixar as duas primeiras cordadas no primeiro dia e no seguinte subir até a oitava enfiada onde termina a head wall e dali rapelar para evitar fazer a trilha do cume que nos levaria para longe do carro.

É impressionante , bem constante a escalada, fendas lindas e difíceis, lance de 8a obrigatório sétimo nem se fala!!! Alguns pequenos trecho em A1 de parafuso quebram um pouco o glamour mais não tiram a graça!

A esquerda a primeira cordada e a direita a segunda.

Nuvens bem negras nos anunciaram a breve descida, voltamos na quarta cordada!!

Até a próxima cidade das montanhas!!!!